AS HISTÓRIAS POR DETRÁS DE CADA RÓTULO DE MORANDÉ ADVENTURE

AS HISTÓRIAS POR DETRÁS DE CADA RÓTULO DE MORANDÉ ADVENTURE

Entre os muitos projetos que desenvolvemos na Viña Morandé, Morandé Adventure ocupa um lugar especial em meu coração. Não apenas pelo que representa em nossa história, mas pelo que simboliza: a busca constante por inovação e autenticidade.

Quando cheguei à vinícola, o projeto já existia desde 1997 com o nome Aventura, nascido da mente inquieta e visionária de Pablo Morandé. Ele sonhava com vinhos livres, criados a partir da curiosidade e do desejo de explorar toda a diversidade do Chile: seus terroirs inexplorados, suas variedades patrimoniais, seu legado vitivinícola.

Por volta de 2011, o espírito aventureiro se renovou. Rebatizamos o projeto como Morandé Adventure e, a partir daí, ele se transformou em uma espécie de laboratório de ideias – uma plataforma onde toda a nossa equipe de enologia poderia experimentar, ousar e criar vinhos que contassem novas histórias (e resgatassem as antigas também). Hoje, tenho o privilégio de liderar esse trabalho ao lado da talentosa Daniela Salinas, e de continuar ampliando o horizonte que Pablo traçou lá atrás.

Cada rótulo da linha nasceu de um impulso diferente — uma curiosidade, uma provocação, um desejo de redescobrir o Chile vitivinícola.

O Tirazis, por exemplo, nasceu em 2011 e foi o primeiro Adventure da segunda fase do projeto. Ele foi elaborado em uma adega já fechada da loja e restaurante House of Morandé, que tínhamos em Casablanca. É desta região de clima frio que nasce esse syrah, vindo de pequenas parcelas plantadas em gobelet nas encostas do cerro Algarrobo. Na antiga língua elamita, Tiraziš significa Shiraz, o nome da cidade persa onde, dizem, nasceu a uva syrah.

O Despechado é um pinot noir de mínima intervenção, fermentado com leveduras nativas em ovos de concreto. Suas uvas eram antes destinadas a cortes — até que decidimos dar a elas o protagonismo que mereciam.

O Creole expressa o coração do sul do Chile, elaborado com cinsault e país de vinhas velhas de Secano em Itata e Maule. Um vinho que, para mim, reflete fielmente a alma camponesa do nosso país, da origem ao rótulo.

Com o Bestiario, deixamo-nos levar pela imaginação: é um branco elaborado como tinto, feito de marsanne, roussanne e um toque de viognier, inspirado nos livros medievais que descreviam criaturas fantásticas.

O El Padre nasceu do desejo de homenagear a cabernet franc, tantas vezes ofuscada pelo famoso cabernet sauvignon, de quem é pai genético. Um vinho do Vale do Maipo, profundo e elegante, que mostra a força silenciosa dessa variedade.

O Aterciopelado revive uma tradição perdida: o Terciopelo cauquenino, vinho dos anos 60 feito com país e malbec. Aqui, reinterpretamos esse clássico através de uma cofermentação dessas variedades, gerando um vinho vibrante e frutado.

O El Gran Petit é a prova de que uvas pequenas podem realizar grandes feitos: petite sirah e petit verdot, cofermentadas em ovos de concreto, num vinho cheio de estrutura e energia.

O Antiguas Raíces nasceu da vontade de mostrar o potencial do Maule para as variedades mediterrâneas, especialmente a garnacha. Um vinho de vinhas velhas, feito com cofermentação de uvas brancas e tintas, suculento e frutado.

E Colinas de Ránquil é um esforço para revisitar os terroirs mais ancestrais do Chile. É um tinto 100% país, de um vinhedo centenário do Secano Costero de Itata, com taninos firmes, estrutura e delicadas notas de especiarias doces.

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